terça-feira, 5 de julho de 2016

"Deus abençoe a América": O Espiritismo


Imagem: http://www.batuira.com/espiritismo/

A necromancia ou comunicação com os mortos é uma crença milenar. Mas em sua forma contemporânea   é tida como muito mais antiga que pensamos mas, em sua forma contemporânea surgiu nos Estados Unidos através de 3 jovens garotas.

As irmãs Margaret, Katherine e Leah

As irmãs Katherine Fox (1837-1892), Margaret Fox (1833-1893) e Leah Fox (1814-1890) eram filhas de um casal protestante seguidor do grupo dos quackers. Em 31 de março de 1848 experiências mediúnicas em no vilarejo de Hydesville-New York. Nesse dia teriam escutado batidas na madeira. Com o passar do tempo as batidas foram aumentando até que tiveram a  afirmação de que era a mão invisível do viajante ou "mascate" Charles B. Rosma. Ele morava perto de sua casa e ao ser assassinado foi enterrado em seu porão 4 anos antes. Arthur Conan Doyle (1859-1930), escritor criador do personagem "Sherlock Holmes" sobre esse fato escreveu que foi descoberta uma caixa de lata de mascate, bem como os ossos, e esta caixa é agora preservada em Lilydale, o ‘quartel-general dos espíritas’, para onde também a velha casa de Hydesville foi transportada.[1]

Os primeiros anos do movimento foram de muita curiosidade dos populares segundo Frank Podmore (1856-1910):

"A família Fox e suas três filhas praticaram sem parcimônia seus dons espirituais. Ao longo dos anos 1849 e 1850, eles parecem ter dado demonstrações de seu poder em várias cidades grandes ante públicos consideráveis. Suas reivindicações de poder sobrenatural, é claro, não escapavam de desafios. Uma e outra vez comitês foram designados para examinar o assunto e tecer relatórios".[2] 


Allan Kardec
Após uma escavação encontraram alguns ossos e isso fez com que Hippolyte Léon Denizard Rivail (1804-1869), mais conhecido pelo pseudônimo Allan Kardec fosse averiguar se era verdade os fenômenos. Kardec codificou a doutrina e pesquisou academicamente as "mesas girantes" que seriam as "mesas brancas" popularmente conhecidas atualmente. Kardec é escritor de vários livros dentre eles "O Evangelho Segundo o Espiritismo" (1864), "O livro dos espíritos" (1857), "Obras póstumas" e "A Gênese" (1868). De seu pseudônimo saiu o nome da doutrina "espírita kardecista".


Com o passar do tempo de um fenômeno paranormal se tornou um doutrina se espalhando pelos EUA e Europa. No futuro as irmãs chegaram a negar e a confirmar as batidas e seu dom diversas vezes. Isso faz com que sua história seja aceita e rejeitada por alguns.

Algumas doutrinas:

-Creem em reencarnação.
-Creem que a salvação é dada por meio da caridade.
-Creem que a Bíblia não é infalível e consideram algumas partes muito instrutivas e outras sem importância.

-Creem na lei do karma, ou seja, que os benefícios ou malefícios de uma vida compensam a passada.

Eles se consideram uma doutrina e não religião. Também unem a ciência, filosofia e religião.


No Brasil a doutrina se consolidou sem ter muita influência dos EUA. Alguns sempre citam as irmãs já outros as descartam de seus comentários.  Culturalmente os estados da Bahia e Rio de Janeiro têm o maior número de seguidores da doutrina. Há muita desinformação sobre eles e às vezes a liberdade de interpretação faz com que quem estude tenha dificuldades. São famosos pelos projetos caritativos e pelo incentivo ao estudo secular e religioso. 


Chico Xavier
O seu maior nome é pelo mineiro Francisco Cândido Xavier (1910-2002) mais conhecido como Chico Xavier que participou algumas vezes do programa  "Pinga Fogo" em 1971. Ele nascido em Pedro Leopoldo-MG morou boa parte da vida em Uberaba-MG onde  faleceu. Boa parte da população é seguidora da doutrina.

Algumas novelas trataram do tema como "O Profeta" de 2006, "Alma Gêmea" de 2005 e "A Viagem" de 1994.

O espiritismo "moderno" pode ter surgido através de jovens estadunidenses mas, no Brasil se consolidou como uma religião ou doutrina não muito "americanizada". 

Referências:
[1] Arthur Conan Doyle, "The History of Spiritualism" (1926), p.70.
[2] Frank Podmore, "Modern Spiritualism: A History and a Criticism" (1904) p
.183.

[3] Arthur Conan Doyle, "The History of Spiritualism" (1926), p.124.

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