sábado, 30 de abril de 2016

Profissões Criticadas: Modelos e Misses



Gisele Bündchen no Victoria's Secret Fashion Show em 2005
Imagem: http://www.mensfitness.com/

Uma profissão de beleza e "glamour". Para muitos o padrão de vestuário e o "mundanismo" pode afastar a jovem do evangelho. Além de que há uma padronização da mulher cristã no geral. No manual Para o Vigor da Juventude é falado sobre a aparência e vestuário: 


"Nunca rebaixem seus padrões de vestuário. Não usem uma ocasião especial como desculpa para a falta de recato. Ao se vestirem sem recato, vocês enviam uma mensagem que é contrária a sua identidade de filho ou filha de Deus. Enviam também a mensagem de que estão usando o corpo para atrair atenção e obter aprovação.

As roupas consideradas não recatadas são aquelas muito justas, transparentes ou reveladoras sob qualquer aspecto. Por exemplo: as moças não devem usar saias e shorts muito curtos, blusas que não cubram a barriga, roupas que não cubram os ombros ou que sejam muito decotadas na frente ou atrás".

Uma SUD pode ser modelo? Para muitos a resposta será um não. No meio artístico nos bastidores logicamente há algumas coisas fora do padrão do evangelho. Isso existe também nos esportes e em vários seguimentos. Se formos olhar por esse lado, justamente na escola é onde se aprende muitas coisas erradas por colegas de turma. Mas, na história existiram misses mórmons.


A Miss Universo mórmon
capa da revsita Manchete de 1960.

A irmã Linda Jeanne Bement foi Miss Utah, EUA e Universo de 1960. Segundo Bement, "os padrões dos concursos são praticamente os mesmos hoje e em 1960, mas muitas pessoas dentro e fora da Igreja me criticaram pelas costas porque eu usei um maiô". 

A irmã Bement continua ativa como membro da Igreja mesmo após aposentada de sua profissão. Outra que pode ser citada é Heather Nicole Anderson que foi Miss Utah em 2007. O Jornal Deseret News fez uma reportagem com ela sobre sua participação num evento contra o uso de drogas e álcool, pois, teve a triste experiência de ter perdido seu irmão para o alcoolismo.


Heather Anderson

Dentro do protestantismo não é muito diferente. Evangélicos também acreditam que o corpo não deve ser evidenciado e que há padrões de vestimenta para a mulher. A cearense Melissa Gurgel venceu o concurso de Missa Brasil em 2014. Sendo membro da Igreja Batista, ela participa do movimento "Atitude 434" em referência há 1 Tessalonicenses 4:3-4 onde é citada a pureza sexual. Segundo a jovem ela é virgem e acredita que deve continuar a ser até o casamento. Em entrevista ao Jornal Zero Hora ela disse:

"Acredito que isso seja uma escolha muito pessoal, por acreditar em Deus e nos princípios bíblicos. Trata-se de um sentimento maior que existe dentro de mim. Estou bem assim. Acredito no amor, quero ter uma família comprometida. Mas é importante ressaltar que sou virgem e sou contra o preconceito. Contra qualquer tipo de preconceito, racial, religioso, cultural. Cada um deve viver sua vida de acordo com aquilo que acredita".

Houve críticas por vários evangélicos. Mesmo assim ela continua na área de modelo. 



A evangélica Melissa Gurgel foi Miss Ceará e Brasil  em 2014

Não sei o quanto isso ainda influencia na visão cristã. Talvez um dia quem sabe, essas profissões sejam mais aceitas, não só pelas famosas mas, pelas cristãs mais simples independente de denominação.

quinta-feira, 28 de abril de 2016

A Fama para Mórmons e Testemunhas de Jeová



Brandon Flowers e Prince demonstram a diferença da fama para SUDs e TJs.

A fama é algo que muitos almejam. Alguns devido ao talento se tornam conhecidos e tem muitos fãs. Isso independe de religiosidade ou não e esse é o caso de um vocalista de banda de rock e um grande ícone do pop.

1-Mórmons


Brandon Richard Flowers (1981) é do estado da Nevada, vocalista da banda "The Killers" onde a música mais famosa é "Somebody Told Me". Brandon viveu em Néfi, Utah até o começo do ensino médio e foi para Las Vegas, Nevada. Mórmon, participou da campanha "Sou Mórmon" e muitos o citam como um mórmon famoso. É notória a ênfase dada em mórmons famosos. Há vários dentre eles Mitt RomneyDavid Archuleta e Stephenie Meyer. No Brasil temos Liriel DomicianoMoroni Torgan e Carlos Wizard Martins. Todos eles amplamente citados como SUDs em conversas informais entre membros ou entre membros e populares. A grande questão é que para mórmons, a fama e prestígio é algo importante. 

Vejamos um exemplo recente que foi o de Nicole Luz. O site OsMórmons logicamente publicou dois artigos sobre a mocinha que participou do The Voice Brasil Kids. Um de primeira participação e outro onde venceu a primeira batalha. Os dois artigos mais acessados são relacionados a ela e ao The Voice. Um com mais de 1400 acessos e outro com mais de 800 acessos. Nas redes sociais a torcida foi grande claro, muito por conta dela ser SUD.


Nicole Luz ao centro, enfrenta Bell Lins e Stéfanny Laura.

A grande questão é que não para por aí. Há outros exemplos de famosos ou "famosos" que demonstram apenas o quanto isso é valorizado. Um texto amplamente compartilhado é que Paul Allen o co-fundador da Microsoft elogiou a Igreja e os membros. Apesar de ser verdade o texto, não é esse Paul Allen e sim um jornalista de Santa Clarita, Califórnia. Apenas mais um boato mórmon compartilhado. Há quem desmente inclusive a fairmormon.org/.Será que o fato de ser um empresário tornaria o texto mais importante que de um jornalista local?

Há de se pensar se realmente é importante se impressionar com membros como Dr. Robert Rey ou lutador de MMA Diego Brandão. Ainda mais usá-los como modelos de mórmons. Claro, ninguém é perfeito mas, mesmo assim é um momento de reflexão.


2-Testemunhas de Jeová

Prince Rogers Nelson (1958-2016) faleceu semana passada em 21 de abril. Natural e residente no Minnesota, se converteu as testemunhas de Jeová. Fazia proselitismo mesmo sendo um cantor famoso. Talvez, Prince entendia que mesmo sendo um cantor famoso, que não era isso que o fazia grande no reino de Deus. Porém, é curioso o silêncio de seus irmãos de fé sobre sua morte. Não houve nenhum artigo anunciando que um famoso membro da Sociedade Torre de Vigia faleceu.

Testemunhas de Jeová evitam esse comportamento. Entre seus membros há uma maior igualdade. Até mesmo famosos, são tidos como membros comuns, ou seja, famoso para o mundo secular e apenas um fiel para o reino de Jeová.

"Calçada da Fama", Los Angeles, Califórnia.

É verdade que Michael Jackson foi uma testemunha de Jeová e até mesmo chegou a fazer proselitismo. Mas, não é frequentemente citado como alguém importante para eles. O ex-goleiro do Corinthians e seleção brasileira Heitor Amorim Perroca hoje é um ministro religioso chamado de ancião. Ou seja, o ex-jogador de futebol para eles é uma pessoa comum, ainda que tenha representado o Brasil no PanAmericano de 1963. A pintora Margaret Kane mesmo com seu talento também é quase anônima. Mesmo com seu proselitismo de porta em porta não veem necessidade de citarem exemplos de membros bem sucedidos.

Conclusão: Apesar das duas religiões terem surgido nos EUA, fazerem proselitismo, serem restauracionistas e confundidas uma com a outra, há uma grande diferença. Mórmons aproveitam para promover a fé com a ajuda de membros famosos. Testemunhas de Jeová não fazem isso. Talvez o receio de idolatria da qual são extremamente cautelosos, os fizeram ser assim.

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Dom Pedro II visitou Salt Lake City



Em 1876 Dom Pedro II fez uma viagem histórica de New York a San Fracisco,Califórnia (de leste a oeste) e faria uma passagem pela estação da cidade de Ogden-Utah. A Igreja ainda não estava estabelecida no Brasil, pois, somente em 1926 a primeira família SUD alemã se mudaria para Santa Catarina. Essa foi a primeira vez que um político de outro país visitou a cidade. Curiosamente a "dama de ferro" inglesa Margareth Tatcher fez o mesmo em 1996.

A viagem

Pode-se dizer que a viagem do Imperador aos Estados Unidos, e particularmente a Utah, foi única em vários sentidos. Dom Pedro II foi o primeiro monarca a visitar os Estados Unidos, país que foi colônia e depois república, nunca tendo tido um rei ou imperador entre eles. Além disso, foi a primeira comitiva do governo brasileiro a ter contato com a Igreja em sua Sede, em Salt Lake City.

O Imperador fora aos Estados Unidos participar da celebração do centenário da independência americana, chegando em Nova York dia 15 de Abril de 1876. Ele declarou: "desejo conhecer o centro da indústria e aprender algo que possa ser utilizado em meu país quando retornar".

A passagem pelo Território de Utah

Ao saberem da passagem do Imperador do Brasil pelo Território de Utah, os membros do Conselho municipal de Salt Lake City se reuniram em sessão extraordinária para deliberar sobre uma possível visita de Dom Pedro II à cidade. O Presidente Brigham Young, que era membro do Conselho municipal, propôs uma moção autorizando o Prefeito da cidade a entrar em contato com a comitiva real e iniciar os preparativos caso a visita fosse confirmada. No dia 21 de abril, o Prefeito recebeu a confirmação por telegrama de que Dom Pedro II, Imperador do Brasil, viajaria de Ogden (onde estava localizada a estação de trem) até Salt Lake City para conhecer a cidade. O visitante real chegou à sede da Igreja no sábado, 22 de abril de 1876, às 20:00 horas, e foi imediatamente ao Teatro Salt Lake, onde presenciou um programa do humorista Alfred Burnett. Seu camarote estava ornamentado com os pavilhões dos Estados Unidos e do Brasil, e a orquestra entoou o Hino Nacional Brasileiro.

No dia seguinte, visitou a Praça do Templo. Ele ficou maravilhado com o Tabernáculo, cuja construção havia sido terminada apenas 9 anos antes, bem como com o órgão, que naquela época era menor do que o existente hoje. Depois de conhecer o Tabernáculo, Dom Pedro II pode "observar com muito interesse" os alicerces do Templo de Salt Lake, em construção desde 1853. Ao caminhar pela Praça do Templo, o Imperador fez inúmeras perguntas "relativas à fé religiosa e práticas dos Santos dos Últimos Dias. Pela natureza de suas perguntas e observações, Dom Pedro II demonstrou atenção à história da Igreja". Antes de sair, adquiriu várias publicações produzidas pela Igreja.

Também visitou a "Savage Art Gallery" e lá comprou fotografias de Utah, que hoje podem ser vistas no site da Biblioteca Nacional. 

Depois do tour pela Praça do Templo, assistiu à missa na Igreja de Santa Maria Madalena e, após uma rápida passagem pelo Camp Douglas, dirigiu-se à Capela da Ala Salt Lake 14, para assistir a uma Reunião Sacramental. Ao chegar, foi-lhe oferecido um lugar ao púlpito, junto aos líderes do sacerdócio presentes. O Imperador preferiu sentar-se com a congregação, em um local de onde "tinha excelente golpe de vista de toda a cerimônia".

A Reunião Sacramental foi iniciada com os jovens da Ala cantando o Hino 53, enquanto "uma jovem senhora fazia o acompanhamento com belo efeito num harmônio". A oração de abertura foi oferecida pelo Bispo Thomas Taylor. Após a bênção e distribuição do Sacramento, o Elder John Taylor, então membro do Quórum dos Doze, fez um discurso sobre "os primeiros princípios do Evangelho", na qual o Imperador "ouviu com grande atenção", e também ensinou "que a influência direta da divindade é tão necessária hoje como no tempo dos Profetas".

Cerca de uma hora depois, o Imperador e sua comitiva partiram para Ogden, a fim de tomarem o trem e continuar sua viagem para a Califórnia.

Impressões

Como um católico fiel, o Imperador não compreendeu bem algumas crenças como revelação moderna e profetas vivos. Mas admirou a fé e o trabalho do povo em construir uma cidade em meio a um deserto. Naquela viagem ele saiu com um olhar diferente sobre religiosidade e cristianismo em si.

O futuro

Ninguém imaginaria que 50 anos depois a Igreja finalmente chegaria aqui e que seria forte com mais de 250 Estacas, 6 Templos e 3 em projeto de construção. Também numa época em que o Território Deseret era um lugar independente dos EUA, ninguém imaginaria que depois dele vários Presidentes visitariam o estado.

Para os membros que gostam de história é interessante esse choque cultural e religioso. Dom Pedro II visitou Salt Lake, eu e provavelmente você não.

Fonte: OsMórmons.com

Texto de André Silveira e Dagmar Munhoz
Adaptação por Márcio Roberto Patelli

Readaptação por Júlio César Costa

sábado, 16 de abril de 2016

Mitos Mórmons: O Fundo Perpétuo de Educação foi uma revelação?


Gordon B. Hinckley

A Conferência Geral de abril de 2001 ficou marcada para muitos membros de origem simples. O Presidente Gordon B. Hinckley na Sessão do Sacerdócio, anunciou em seu discurso "O Fundo Perpétuo para Educação" um programa que iria abençoar a jovens que viviam em condições financeiras. O programa nada mais era que um empréstimo para que o membro carente pudesse fazer um curso superior. Tal "iniciativa ousada", levou membros no Brasil a acreditarem ser mais uma revelação do Senhor ao seu servo, o profeta. Mas, será mesmo que foi uma revelação?

Vamos aos fatos:

1-Não foi anunciado como revelação


O programa foi anunciado como inspiração:

"Em um esforço para corrigir essa situação (de jovens não terem condições financeiras), propomos um plano; um plano que acreditamos ser inspirado pelo Senhor".


Qual a diferença de revelação e inspiração?

O Elder Richard G Scott deu uma definicão sobre essas duas palavras:

"O Espírito Santo comunica-nos importantes informações de que necessitamos para nos guiar na jornada da mortalidade. Quando ela é nítida, clara e essencial recebe o título de 'revelação'. Quando ela vem por uma série de sugestões e temos de nos guiar passo a passo a um objetivo , até alcançarmos o propósito dessa mensagem, ela é 'inspiração'."


2-Fundo Perpétuo de Emigração

A Igreja teve como programa o "Fundo Perpétuo de Emigração" para ajudar membros da Europa a viajaram rumo a Salt Lake City. Hinckley em seu discurso comenta:

"Naquela época [1849], nossos antepassados enfrentaram um problema sério. Nosso povo chegara ao Vale do Lago Salgado dois anos antes. Os missionários nas Ilhas Britânicas e na Europa continuavam a reunir as centenas e centenas de conversos que se filiavam à Igreja. Ao serem batizados, ansiavam por reunir-se em Sião. Sua força e habilidades eram necessárias aqui, e o desejo de virem para cá era enorme. Mas muitos deles eram extremamente pobres e não tinham dinheiro para comprar a passagem. Como chegariam aqui?

Sob a inspiração do Senhor, um plano foi elaborado. Estabeleceu-se o que ficou conhecido como o Fundo Perpétuo para Emigração. Nesse plano financiado pela Igreja, apesar da grande pobreza por que passava na época, emprestava-se dinheiro aos que tinham bem pouco ou nada. O acordo previa que, quando os conversos aqui chegassem, encontrariam emprego e, assim que lhes fosse possível, pagariam o financiamento".

3-Fundo Perpétuo de Educação

Naquele dia ao anunciar esse plano, Hinckley comenta que ele foi inspirado no antigo plano:

"A Igreja está estabelecendo um fundo com doações, em sua maioria feitas por santos dos últimos dias fiéis que contribuíram e que continuarão a contribuir com esse propósito. Somos profundamente gratos a eles. Baseado em princípios semelhantes aos do Fundo Perpétuo para Emigração, iremos chamá-lo de Fundo Perpétuo para Educação.

Dos dividendos desse fundo, serão feitos empréstimos a rapazes e moças empreendedores, em sua maioria ex-missionários, para que freqüentem a escola. Quando estiverem qualificados para o mercado de trabalho, espera-se que devolvam o que lhes foi emprestado com uma baixa taxa de juros, que servirá como incentivo para que saldem a dívida".

[ênfases nossas]

Conclusão: O Fundo Perpétuo de Educação é um programa inspirado em um antigo programa, que ajudou membros a migrarem rumo a Utah.

domingo, 10 de abril de 2016

Boyd K. Packer e "A Ordem das Coisas Não Escritas"



O Elder Boyd K. Packer (1924-2015) foi o último Presidente do Quórum dos 12 Apóstolos, antes do atual o Elder Russell M. Nelson. Curiosamente seu discurso preferido para muitos estudiosos não foi proferido em uma Conferência Geral, mas sim num devocional para jovens universitários. Em 15 de outubro de 1996, no Marriott Center na BYU, Packer ensinou que há uma ordem de coisas faladas que são procedimentos corretos mas, não escritos em manuais. Abaixo um resumo de alguns pontos do discurso "A Ordem das Coisas Não Escritas":


1-Objetivo do discurso

"Falo a vocês hoje como um professor. Tenho refletido em mim à influência de um professor que conheci a cinqüenta anos atrás. (...)

Assim, seguindo aquele exemplo, hoje quero falar-vos algo a respeito da Igreja. As coisas que eu falarei não podem ser encontradas nas escrituras, embora elas estejam em conformidade com os princípios ensinados nas escrituras. (...) 


As coisas que falar-vos-ei também não são explicadas em nossos guias ou manuais. Mesmo que elas fossem, a maioria de vocês não tem guias, pois, não são líderes do Sacerdócio de Melquisedeque ou da Sociedade de Socorro e os outros, pois os manuais completos apenas são dados aos lideres.

Eu falarei sobre o que eu chamo de "a ordem das coisas não escritas". Minha lição de hoje pode ser intitulada "As Coisas Triviais Sobre a Igreja as quais Todo Membro Deveria Saber". Embora sejam coisas bem triviais, elas são no entanto, muito importantes! De alguma forma nós presumimos que todas as pessoas já. sabem todas as coisas triviais. Se você as conhece, deve ter aprendido através da observação e experiência, porque elas não estão escritas em lugar algum e não são ensinadas nas salas de aula".

2-Definição do que é um princípio do evangelho

"Um princípio é uma verdade duradoura, uma lei, uma regra que você pode adotar para ajudá-lo a tomar decisões. Geralmente princípios não são formulados detalhadamente. Isto deixa você livre para adaptar e para encontrar o seu caminho com uma verdade duradoura, um princípio e como uma âncora".

3-Qual a posição de liderança mais importante?


"As posições mais importantes de liderança estão no lar - pai, mãe, esposa, marido, irmão e irmã mais velhos".

4-Onde fica quem preside um reunião?

"Dou como primeiro exemplo desta ordem não escrita das coisas uma coisa tão simples como esta: Aquele que preside uma reunião deveria sentar na frente e próximo àquele que a dirige. É um pouco difícil presidir uma reunião da congregação. Aquele que preside é responsável pelo Espírito da reunião e tem o direito e a responsabilidade de receber inspiração e pode ser compelido a ajustar ou corrigir alguma coisa que acontecer na reunião. Isto é verdadeiro seja numa reunião de auxiliares presidida pelas irmãs ou qualquer outra de nossas reuniões.
Um novo presidente de estaca às vezes perguntará: Devo sentar-me na frente em toda reunião da estaca? Não posso me sentar com minha família?' Eu lhe respondo: "Enquanto você presidir, você deve sentar-se na frente". Sou tentado a dizer, mas não digo: 'Eu não posso ter este privilégio; porque você deveria ter?'

Um outro exemplo: Se observar a Primeira Presidência, verá que o primeiro conselheiro sempre senta à direita do presidente; o segundo conselheiro à esquerda. Este é um exemplo de coisas feitas "descentemente e em ordem", como Paulo nos disse: Normalmente, mas não sempre, se aquele que preside discursar, será no fim da reunião. Então os esclarecimentos ou correções necessários podem ser feitos".

5-Não aspiramos chamados

"Nós não aspiramos os chamados na Igreja, nem pedimos para sermos desobrigados. Somos chamados às posições na Igreja por inspiração. Mesmo se o chamado é apresentado de uma maneira inadequada, não é sábio para nós recusarmos o chamado. Devemos pressupor que o chamado vem do Senhor. (...)

Se algumas circunstâncias fizerem com que fique difícil para você continuar a servir, você é livre para conversar com o líder que lhe chamou. Nós não chamamos a nós mesmos e nós não nos desobrigamos. As vezes um líder ou um professor aprecia tanto a proeminência de uma posição de liderança que, mesmo depois de servir por um longo tempo, eles não querem ser desobrigados. Este é um sinal de que é hora da desobrigação".

6-Aprender com a liderança e idosos

"Há tanto que você pode aprender observando líderes experientes nas alas e estacas nas quais você mora. Há tanto que você pode aprender ouvindo os irmãos e irmãs mais velhos que tiveram uma vida de experiências na escola do 'não escrito".

7-A ordem para pedir bençãos e conselhos

"Existe uma ordem das coisas para onde devemos nos dirigir para conselhos ou bênçãos. É simples, nos dirigimos à nossos pais. Quando eles já não estão mais disponíveis, se é uma bênção, então nos podemos voltar para nosso mestre familiar. Para conselhos, você vai para o seu bispo. Ele pode escolher mandar você para o seu líder superior, o presidente de Estaca. Mas nós não recorremos às Autoridades Gerais. Nós não lhes escrevemos para pedir conselhos ou supomos que alguém em uma posição mais proeminente dará uma bênção mais inspirada. Se nós conseguíssemos fazer com que isto fosse ensinado na Igreja, um grande poder repousaria sobre nós. (...) 

Existe um 'Último recurso' autorizado além do bispo, presidente de Estaca, Autoridade Geral, e todos os outros na nossa linha de autoridade. É o nosso Pai nos céus a quem recorremos em oração. Se fizermos isso, iremos, na maioria das vezes resolver nossos problemas".

8-Um líder deve dar uma bênção no lugar de um pai?

"O Presidente Joseph F. Smith ensinou que se houvesse doença em uma casa, ainda que estejam presentes 'Apóstolos ou até mesmo membros da primeira presidência da Igreja, (...) o pai está lá. É correto e é seu dever presidir'." [1]

9-Qual o canal de revelação?

"Um outro princípio: Revelação na Igreja é vertical. Geralmente ela se confina aos limites administrativos e geográficos ou limitações dadas àquele que foi chamado. Por exemplo, um bispo que está tentando resolver um problema não receberá revelação aconselhando-se com um bispo de uma outra ala ou Estaca que seja seu parente ou que possa trabalhar no mesmo escritório.

Minha experiência me ensinou que revelação vem de cima, não dos lados. Não importa quão mais experientes ou mais velhos ou mais espirituais alguém do lado possa parecer, é melhor recorrer para cima através dos devidos canais".

10-O motivo para muitos não seguirem seu líder

"Talvez o motivo pelo qual seus membros não seguem o líder deles é porque ele (o líder) não segue o seu. Um atributo essencial de um líder na Igreja é ser um seguidor fiel e leal". 

11-Quem deve organizar uma reunião?

"Os bispos não devem deixar a preparação das reuniões na mão dos membros. Eles não devem deixar os preparativos de um funeral ou das despedidas de missionários para famílias. Não é a ordem apropriada das coisas que os membros ou famílias decidam quem falará e por quanto tempo. Sugestões podem existir, é claro, mas o bispo não deve entregar a reunião para eles. Estamos preocupados com a bagunça que está ocorrendo em nossas reuniões".

12-Funerais: Sua importância e sobre quem deve se falar.

"Funerais poderiam e deveriam ser espiritualmente impressionantes. Eles estão se tomando reuniões de família informais na frente de membros da ala. Freqüentemente o Espírito é afastado por experiências hilariantes ou piadas, quando o tempo poderia ser devotado ao ensino das coisas do Espírito, das coisas sagradas.

Quando a família insiste em que vários membros da família falem em um funeral, nós ouvimos sobre o falecido ao invés do sacrifício expiatório, da ressurreição; e, das promessas consoladoras reveladas nas escrituras. É certo um membro da família falar em um funeral, mas se o fizer, seus comentários deveriam ajudar a manter o Espírito da reunião.

Eu disse aos irmãos que no dia do meu funeral, se alguém dos que discursarem falar sobre mim, eu levantarei e o corrigirei. O evangelho é para ser pregado. Eu não sei de nenhuma outra reunião onde a congregação esteja tão preparada para receber revelação e inspiração de um orador quanto num funeral. Este privilégio nos está sendo tirado porque não entendemos a ordem das coisas - a ordem das coisas não escritas -referentes à administração da Igreja e recebimento do Espírito".

13-Padrão de vestuário


"Vocês sabem o que 'melhor roupa' significa? Hoje vemos roupas cada vez mais informais, mesmo impróprias, em nossas reuniões, até mesmo na reunião sacramental, o que leva a uma conduta informal e imprópria".

14-A importância do nome

"Me incomoda ver que em um serviço sacramental Terê e Zé e Chico participarão. Não deveria ser irmã Teresa, irmão José, e Presidente Francisco? Me incomoda mais ainda quando pedem para apoiar Toninho ou Duda ou Benê ao sumo conselho. Eu simplesmente pergunto, não podemos usar nomes completos neste registro importante? Existe uma formalidade, uma dignidade, que estamos perdendo, a um preço bastante alto".

15-Devemos aprender a aprender

"Bem, existem muitas coisas que gostaria de dizer-vos sobre a ordem das coisas não escritas, mas estas são coisas que vocês devem aprender sozinhos. Se pudesse apenas colocar-vos na posição onde vocês começassem a observar, a obter tal treino, então vocês saberiam como a Igreja deve funcionar e porque funciona assim. Aprendam sobre este grandioso princípio - os ensinamentos vem para nós através da simples observação e participação".

16-Considerações finais


"A Igreja irá adiante, e ela vai adiante simplesmente porque pessoas simples e comuns aprendem pela observação, pelo ensino e pela experiência. Mais do que tudo, nós aprendemos porque somos motivados pelo Espírito. Um dia, é claro, vocês que são jovens levarão adiante esta Igreja. Se até lá vocês aprenderem e estudarem a ordem das coisas não escritas, o poder do Senhor estará sobre vocês até o fim para que possam ser servos de valor.

Presto testemunho que esta é a Sua Igreja, a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias e, como o Senhor falou, que todos 'possam falar em nome de Deus, o Senhor, mesmo o Salvador do Mundo' (D&C 1:20). Em nome de Jesus Cristo, Amém".

[ênfases nossa]

Discurso completo aqui.

Referências:
[1] Doutrina do Evangelho, p. 286.

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Joseph Smith Jr. e "O Sermão de King Follett"




Em 07 de abril de 1844, na cidade de Nauvoo, Illinois acontecia a Conferência Geral em meio a uma floresta. Nesse mesmo dia acontecia o funeral do Elder King Follett, morto soterrado por um caçamba de pedras dentro de uma mina um mês antes. Familiares, amigos e membros presenciaram o que se tornaria o último e mais importante discurso do Presidente Joseph Smith Jr., pois, seria assassinado em menos de 3 meses.

Nesse dia ele falou durante duas horas[1] e ficou conhecido como "O Sermão de King Follett". Ele foi escrito no momento por quatro irmãos e eles eram: Willard RichardsWilford WoodruffThomas Bullock William Clayton. Também existe um registro desse discurso no livro "Ensinamentos do Profeta Joseph Smith" e uma pequena parte inicial  na Liahona de abril de 1971.

Algumas doutrinas são ou não oficias e ensinadas pela da Igreja atualmente. O discurso é um dos preferidos de muitos mórmons e até mesmo anti-mórmons. Alguns pontos interessantes desse discurso:


1-Poucos compreendem o caráter de Deus

"Há muito poucos seres no mundo que entendem apropriadamente o caráter de Deus. A grande maioria não compreende coisa alguma do que se passou ou do que está por vir no que diz respeito ao seu relacionamento Deus". 

2-Ninguém deve sofrer ataques por diferenças religiosas

"Mas não se metam com qualquer homem por causa de suas idéias religiosas; todos os governos deveriam permitir que cada pessoa seguisse sua fé, sem ser molestada. Nenhum homem é autorizado a tirar vida de ninguém por causa de uma diferença de religião". 

3-Todos nos EUA tinham o direito de ser um profeta

"Todo homem possui o direito natural, e em nosso país, o direito constitucional, de ser um falso profeta ou um profeta verdadeiro".

4-Deus já foi um ser humano

"O próprio Deus já foi como um de nós. Ele é um homem exaltado entronizado em céus distantes. (...) O próprio Deus, o Pai de nós todos, habitou em uma terra do mesmo modo que o próprio Senhor Jesus Cristo fez (...)". 

5-O conceito de vida eterna

"Aqui, então, está a vida eterna ― conhecer o único sábio e verdadeiro Deus. E vocês tem que aprender a ser Deuses ― a ser reis e sacerdotes para Deus, do mesmo modo que todos os Deuses fizeram ― indo de um grau pequeno para outro, de graça em graça, de exaltação em exaltação, até que vocês possam assentar-se em glória como fazem os que se assentam empossados em poder perpétuo".

6-O conceito de ser co-herdeiro em Cristo

"Quão consolador é para a pessoa que tem que se separar de um marido, esposa, pai, mãe, filho ou ente-querido, saber que embora o tabernáculo terrestre será dissolvido que seu ente-querido subirá em glória imortal, não para se entristecer, sofrer ou morrer novamente, mas para ser herdeiro de Deus e co-herdeiro com Jesus Cristo. O que isso significa? É herdar a mesma glória, o mesmo poder e a mesma exaltação até que você suba ao trono de poder eterno exatamente como aqueles que já fizeram antes".

7-Nem tudo aprenderemos na mortalidade

"Nem tudo é pra ser compreendido neste mundo; aprender sobre a salvação além do túmulo é algo grandioso".


8-O erro de tradução Bíblica no nome "Tiago"

"Algum doutor instruído poderia pensar e dizer, 'As escrituras sagradas não podem ser alteradas'. Mas vou lhes mostrar um erro. Eu tenho um antigo livro do Novo Testamento em hebraico, latim, alemão e grego. Tenho lido a versão em alemão (versão de Martinho Lutero) e a considero como a que mais se aproxima de ser correta e de corresponder às revelações que dei durante os últimos quatorze anos. Ela fala de Jachobod, o filho de Zebedeu. Que é Jacob em inglês (Jacó em português). No Novo Testamento em inglês o nome é traduzido para James (Tiago em português). Agora se o tal Jacob tivesse as chaves, você poderia falar sobre James por toda a eternidade e nunca adquirir as chaves. No 21º versículo do quarto capítulo de Mateus, a edição alemã usa a palavra o Jacob em vez de James. A versão em latim diz Jachobod, que quer dizer Jacob (Jacó) ; A hebraica diz Jacob; A grega diz Jacob; A alemã diz Jacob. Eu agradeço a Deus por ter este livro e lhe agradeço ainda mais pelo dom do Espírito Santo".

9-Deus não criou os céus e a Terra mas sim organizou tudo que existe

"Agora eu pergunto a todos que me ouvem por que os homens instruídos que estão pregando a salvação dizem que Deus criou os céus e a terra do nada. (...) O Espírito Santo dentro de mim compreende mais que todo o mundo e eu me apegarei a ele. A palavra criar veio da palavra baurau; não significa "criar do nada"; significa "organizar", do mesmo modo que um homem organizaria materiais para construir um navio. Conseqüentemente nós deduzimos que Deus teve materiais para organizar o mundo a partir do caos ― matéria caótica que é elemento e na qual habita toda a glória. O Elemento existe desde o tempo em que Ele existe. Os princípios puros dos elementos são princípios que nunca podem ser destruídos; eles podem ser organizados e podem ser reorganizados, mas não ser destruídos".


10-Os espíritos não foram criados por Deus

"Todos os homens dizem que Deus criou [o espírito/alma]no princípio. Tal ideia diminui o homem em minha opinião. Eu não acredito nesta doutrina; Eu sei mais a respeito do assunto. Ouçam, todos os confins do mundo, pois foi Deus que falou. Antes de eu terminar, eu farei o homem parecer um bobo se ele não acreditar nisto. Eu vou falar de coisas mais nobres. (...) A mente humana é tão imortal quanto o próprio Deus. Eu sei que meu testemunho é verdadeiro; conseqüentemente, quando eu falo com estes que lamentam (a perda de seus ente-queridos), o que eles perderam? Seus amigos e parentes estão separados dos seus corpos por um curto espaço de tempo; seus espíritos existem a tanto tempo quanto Deus e eles estão agora em um lugar onde habitam juntos, exatamente como fazemos aqui na terra. É lógico dizer que um espírito é imortal e ainda assim tem um começo? Porque se um espírito tiver um começo, terá um fim. (...) Deus nunca teve poder para criar o espírito de homem algum. O próprio Deus não pôde se criar. A Inteligência existe em um princípio de auto-existência; é um espírito que existe de eras em eras, e não pôde ser criado. Além disso, todos os espíritos que Deus já enviou ao mundo são suscetíveis ao crescimento".

11-É nossa responsabilidade a salvação vicária de nossos entes queridos falecidos

"Todas as coisas que Deus em Sua infinita sabedoria acha apropriado de nos revelar enquanto nós estamos vivendo na mortalidade com respeito a nossos corpos mortais nos é revelado de modo abstrato. E essas revelações que salvarão nossos mortos, salvarão também nossos corpos; Deus as revela a nós em vista de que não há nenhuma dissolução eterna do corpo. Consequentemente a responsabilidade, a terrível responsabilidade que descansa em nós em relação a nossos mortos; pois todos os espíritos que não obedeceram ao evangelho na carne têm que obedecê-lo em espírito ou serão condenados. Pensamento solene; pensamento terrível. Não há nada para ser feito? Nenhuma salvação para nossos pais e amigos que morreram e não obedeceram aos decretos do Filho de Homem?  (...) A maior responsabilidade neste mundo que Deus nos confiou é a de cuidar de nossos mortos".

12-O conceito de pecado imperdoável ou blasfêmia contra o Espírito Santo

"Todo pecado e todas as blasfêmias, toda transgressão, exceto uma, das quais o homem possa ser considerado culpado, podem lhe ser perdoadas, e há uma salvação para todos os homens neste mundo ou o mundo por vir (...) Consequentemente Deus que proveu uma escapatória para que todo espírito no mundo eterno seja conduzido e salvo a menos que ele tenha cometido aquele pecado imperdoável que não pode ser remido por Ele. (...)  Um homem não pode cometer o pecado imperdoável depois da dissolução do corpo e haver ainda um modo possível para fuga.  (...)Todos os pecados serão perdoados menos o pecado contra o Espírito Santo, pois Jesus salvará a todos, exceto os filhos de Perdição. O que um homem precisa fazer pra cometer o pecado imperdoável? Ele precisa receber o Espírito Santo,(1) ter os Céus abertos para ele,(2) conhecer a Deus pessoalmente,(3) e mesmo assim, pecar contra Ele.(4) Depois que um homem peca contra o Espírito Santo não há nenhum arrependimento para ele. Ele tem que dizer que o sol não brilha enquanto o vê.(5) Ele tem que negar Jesus Cristo quando os céus estiverem abertos pra ele.(6) E negar o plano de salvação com seus olhos abertos para a verdade dele.(7) E a partir daí ele começa a ser um inimigo desta obra. Este é o caso de muitos dos apóstatas de A Igreja de Jesus Cristo de Santos dos Últimos Dias". 

13-O conhecimento salva o homem

"O conhecimento salva o homem e no mundo dos espíritos nenhum homem pode ser exaltado a não ser por meio do conhecimento. Tão logo um homem não dê atenção aos mandamentos, ele tem que viver sem salvação. Se um homem tem conhecimento, ele pode ser salvo".

14-A consciência humana atormentará os que não serão salvos

"O homem é seu próprio tormentador e seu próprio condenador. Conseqüentemente a declaração, 'Eles entrarão no lago que queima como fogo e enxofre'. O tormento da mente do homem é tão intenso quanto um lago que queima com fogo e enxofre. Assim é o tormento do homem".

15-Conselhos sobre prudência ao agir, pensar e falar

"Eu aconselho todos vocês a terem cuidado com o que fazem ou vocês poderão perceber que aos poucos foram sendo enganados. Sejam cautelosos; Não abram espaço para que isso aconteça, não façam qualquer movimento precipitado, vocês podem ser salvos. Se um espírito de amargura oprime sua alma, não se sintam desesperados. Vocês podem dizer que tal é o salário do pecado. Bem, se o pecador se arrepende, ele é perdoado. Sejam cautelosos, esperem. Quando vocês encontrarem um espírito que inspira o derramamento de sangue ― assassinato, o tal espírito não é de Deus, mas é do diabo. A boca fala do que está cheio o coração do homem".

16-Consolo para os familiares e amigos de King Follett

"Vocês que lamentam têm motivo para se alegrar [falando da morte do Elder King Follett] pois seu marido e seu pai se foi para esperar até a ressurreição dos mortos ― até o aperfeiçoamento dos restos mortais; pois na ressurreição seu amigo se levantará em felicidade perfeita e caminhará em direção à gloria celestial, enquanto outros tem que esperar por miríades de anos até receberem semelhantes bênçãos. E suas expectativas e esperanças superam de longe o que qualquer homem pode conceber. (...) Eu estou autorizado a dizer, pela autoridade do Espírito Santo, que vocês não têm nenhuma razão para temer, porque ele se foi para o lar dos justos. Não lamentem; não lamentem. Eu sei disto pelo testemunho do Espírito Santo que está dentro de mim. E vocês podem esperar que seus amigos venham encontrá-los na manhã do mundo celestial. (...) Eu tenho um pai, irmãos, filhos e amigos que já se foram para o mundo dos espíritos. Eles estão ausentes só por um momento. Eles estão em espírito e em breve nos encontraremos novamente (...)".

17-Nossas famílias serão eternas e crianças ao falecerem serão crianças pela eternidade

"Uma pergunta deve ser feita ― 'As mães terão seus filhos de volta na eternidade?' Sim, sim, mães, vocês terão seus filhos, porque eles terão vida eterna. Pois a dívida deles foi paga; nenhuma condenação os espera, porque eles estão no espírito. Mas, como uma criança morre, ela também se levantará dos mortos, e viverá para sempre pelo conhecimento divino. Não crescerá, será ainda uma criança naquela precisa forma que tinha antes de morrer nos braços de sua mãe, mas possuirá toda a inteligência de um Deus. As crianças habitarão nas mansões de glória e exercitarão seu poder. A eternidade está cheia de tronos ocupados por crianças reinando em tronos de glória, sem que um cúbito precise ser adicionado a sua estatura".

18-Declara que a mensagem é igualitária

"Eu dirigi minhas observações a todos: ricos e pobres, escravos e homens livres, grandes e pequenos. Eu não tenho nenhuma inimizade contra qualquer homem". 

19-Nenhum homem conhece sua história

"Vocês nunca conheceram meu coração; nenhum homem conhece minha história; Eu não posso falar dela. Eu nunca assumiria esta responsabilidade por mim mesmo. Por isso não culpo quem não acredita na minha história. Se eu não tivesse experimentado essas coisas por mim mesmo, jamais teria acreditado".

20-Uma despedida diferente do que estamos habituados em discursos e entre irmãos 

"Não tenho mais nada a dizer. Deus abençoe a todos. Amém".

[ênfases minhas]

Textos em inglês:
http://mldb.byu.edu/follett.htm
http://www.mrm.org/king-follett-discourse
http://jon.swelter.net/king_follett _discourse.html

Referências:
[1] Manual "A História da Igreja na Plenitude dos Tempos",p. 274.

terça-feira, 5 de abril de 2016

Mitos Mórmons: Jesus nasceu dia 06 de abril?



No decorrer de diferentes épocas, um contínuo esforço tem sido realizado na tentativa de estabelecer uma exata datação do nascimento de Cristo e ordem dos primeiros eventos que deram origem a Era Cristã. Embora muitas formas de cronologia tenham sido desenvolvidas no passado e presente, registros históricos indicam que a ideia de que o nascimento de Cristo ocorreu no dia 25 de Dezembro teve origem com John Malalas, um historiador Grego que viveu entre 490 a 570 d.C.[1]

Santos dos Últimos Dias entretanto, de maneira geral se apoiam em uma passagem de escritura, no livro de Doutrina e Convênios, como maneira de determinar a exata data do nascimento do Salvador como sendo o dia 6 de Abril. Em D&C 20:01 lemos:

"O SURGIMENTO da Igreja de Cristo nestes últimos dias, sendo mil oitocentos e trinta anos depois da vinda de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo na carne, tendo a Igreja sido devidamente organizada e estabelecida em conformidade com as leis de nosso país, pela vontade e mandamentos de Deus, no quarto mês e no sexto dia do mês que é chamado abril".

Em 1915, o então Apóstolo da Igreja, James E. Talmage em seu livro "Jesus o Cristo", foi o primeiro a associar a passagem de D&C 20:01 como referência direta de apoio à crença de que de fato o nascimento de Jesus aconteceu nesse dia. Embora tal visão com o passar do tempo tenha se tornado uma marca registrada na cultura e crenças básicas dos Santos dos Últimos Dias, uma análise cuidadosa nos registros históricos demonstra que diferentes líderes da Igreja possuíram diferentes perspectivas a respeito do assunto. Em 1954, o Presidente J. Reuben Clark Jr., então conselheiro na Primeira Presidência por sua vez declarou:

"Eu não estou propondo nenhuma data como sendo a data verdadeira. Mas com o objetivo de ser o mais útil possível a alunos, eu tenho tomado como a data de nascimento do Salvador a data agora aceita por muitos estudiosos, o dia 5 de Dezembro (...)".[2]

Na mesma obra porém, em 1979, Bruce R. McConkie também declarou:

"Nós não acreditamos que seja possível com o presente estado de nosso conhecimento, incluindo o que é conhecido dentro e fora da Igreja, declarar de maneira conclusiva quando ocorreu o dia do nascimento do Senhor Jesus Cristo".[2]

A pergunta consequente de tal linha de raciocínio então surge, "Como é possível que Autoridades Gerais discordem de um mesmo ponto doutrinário?". A raiz da questão talvez esteja no fato de que a data do nascimento de Cristo não seja de fato um ponto doutrinário. Se tal data fosse de fato relevante para a nossa adoração, nosso Natal seria provavelmente no dia 6 de Abril como citado por Talmage ou 5 de Dezembro como apoiado pelo Presidente J. Reuben Clark.

A atual Primeira Presidência recentemente publicou em um de seus sites oficiais, um comunicado que declara:

"Nem toda declaração feita por um líder da Igreja, passado ou presente, necessariamente constitui doutrina. Uma declaração específica feita por um líder específico e uma ocasião em particular, frequentemente representa opinião pessoal, embora bem considerada, mas não tem como objetivo ser oficial para toda a Igreja. Com inspiração divina, a Primeira Presidência, (...) e o Quórum dos Doze Apóstolos, se aconselham juntos para estabelecer doutrina que é consistentemente proclamada em publicações oficiais da Igreja".[3]

Em outras palavras, diferentes líderes da Igreja podem possuir diferentes perspectivas a respeito de um mesmo assunto, quando uma revelação específica não é dada pelo Senhor sobre o tema em questão. Como declarado anteriormente, doutrina oficial é estabelecida através da voz unida da Primeira Presidência e Quórum dos Doze Apóstolos.

Não seria porém D&C 20:01 visivelmente claro ao indicar que o nascimento de Cristo foi de fato no dia 6 de Abril? A resposta pode estar em documentos recentemente publicados pela Igreja. Steve C. Harper, professor de História da Igreja e editor do projeto "Joseph Smith Papers" em entrevista indicou:

"A recente descoberta dos manuscritos originais do Livro de Mandamentos e Revelações de D&C 20, demonstraram que o verso era na verdade uma nota de cabeçalho escrita pelo antigo historiador e escriba John Whitmer, algo que ele fez para muitas revelações. Então, tal verso está separado do texto que Joseph Smith produziu por meio de revelação".[4]

Em outras palavras, manuscritos originais do projeto "Joseph Smith Papers" indicam que D&C 20:1 não foi uma revelação divina associando o dia da restauração ao nascimento de Cristo, mas sim uma nota de cabeçalho incluída pelo historiador John Whitmer. Fortalecendo ainda mais esse ponto, registros posteriores demonstram que o mesmo John Whitmer, utilizou novamente esta mesma linguagem, indicando ser ela meramente uma maneira elegante do Século 19 de mencionar datas. Em outra ocasião ele registrou:

"Estamos agora no dia 12 de Junho, mil oitocentos e trinta e um anos desde a vinda de nosso Senhor e Salvador na carne".[4]

Embora as declarações de profetas e análise cronológica forneçam diferentes perspectivas a respeito da real data do nascimento de Jesus Cristo, Santos dos Últimos Dias compreendem que a celebração do significado do natal é mais importante do que a data em que acontece. A observância e celebração do Natal no mês de Dezembro, cria oportunidades de conversões, visto que mais do que em qualquer outra época, o mundo Cristão se une na lembrança do Salvador, seu amor e ensinamentos, tornando as pessoas mais propícias a conhecerem e aceitarem o Evangelho.

Texto de Luiz Botelho
Fonte: Intérprete Nefita


Referências:
[1] John Malalas, Chronicle 10.1: “In the 42nd year and the fourth month of the reign of Augustus our Lord God Jesus Christ was born, eight days before the Kalends of January, on 25th December, at the seventh hour of the day, in a city of Judaea named Bethlehem, which is near Jerusalem.” Translation taken from Elizabeth Jeffreys, Michael Jeffreys, and Roger Scott, trans., The Chronicle of John Malalas: A Translation, Australian Association for Byzantine Studies 4 (Melbourne: University of Melbourne Press, 1986), 121
[2] Bruce R. McConkie, The Mortal Messiah, 4 vols., (Salt Lake City, Deseret Book, 1980–1986), 349–50, n. 2.
[3] LDS Newsroom, "Approaching Mórmon Doctrine", lds.org (4 may 2007)
[4] Michael De Groote, "What was the real date of Jesus' birth?", DeseretNews, Dec 2010