A família é uma instituição importante para a sociedade seja no âmbito social ou religioso. Tradicionalmente temos em mente "pai, mãe e filho(os)". Óbvio que esse é o ideário cristão. A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias tem a família como parte do plano de salvação. Em "A Família—Proclamação ao Mundo" é ensinado sobre algumas questões:
"O plano divino de felicidade permite que os relacionamentos familiares sejam perpetuados além da morte. (...) Declaramos também que Deus ordenou que os poderes sagrados de procriação sejam empregados somente entre homem e mulher, legalmente casados. (...) A família foi ordenada por Deus. O casamento entre o homem e a mulher é essencial para Seu plano eterno. Os filhos têm o direito de nascer dentro dos laços do matrimônio e de ser criados por pai e mãe que honrem os votos matrimoniais com total fidelidade". [ênfases nossa]
"A Liahona", edição de outubro de 2012. |
Mas, nem sempre essa é a realidade de muitos. Vamos pensar que há muitos conversos na Igreja, e muitos desses são mães que criam os filhos sozinha ou filhos que vivem com um dos pais. Pessoas muitas vezes sem saber não tiveram um padrão de vida casta ou são divorciadas, o que os faz ter a responsabilidade de cuidar de uma criança. Outros infelizmente perderam um ou os dois pais.
As vezes parece que muitos se distanciam do ideal familiar das fotos da revista "A Liahona".
Apesar de ter crescido em um lar assim, não sou mais criança e nunca poderei saber o que é ser mãe e solteira. Mesmo assim, não deixa de ser uma preocupação minha sob uma olhar sociológico. Como um missionário conheci e ensinei muitas pessoas que viviam nessas condições. Conheço mães que são divorciadas que tem ou tiveram seus filhos(as) em missão e algumas, nem mesmo são membros.
Nos últimos 5 anos tiveram dois discursos em homenagem a pessoas que criam os filhos sozinhas e crianças que vivem nesses lares. O primeiro da Conferência Geral de abril de 2012, do Elder David S. Baxter diz:
"Nunca sintam que estão em um tipo de segundo escalão, uma subcategoria de membros da Igreja, e que de certa forma são menos merecedoras das bênçãos do Senhor do que os outros. No reino de Deus não há cidadãos de segunda classe.
Esperamos que, quando assistirem às reuniões e virem famílias aparentemente completas e felizes ou ouvirem falar de famílias ideais, sintam-se felizes por fazer parte de uma Igreja que enfoca a família e ensina o papel central que ela desempenha no plano do Pai Celestial para a felicidade de seus filhos; (...)
Membros e líderes, há algo mais que vocês podem fazer para apoiar a família das pessoas que criam sozinhas os filhos, sem julgar nem criticar? Será que poderiam cuidar dos jovens dessas famílias, em especial oferecendo aos rapazes um exemplo de como os bons homens agem e vivem? Na falta do pai, será que estão dando um exemplo digno de ser imitado?" [ênfases nossa]
O segundo da Conferência Geral de abril de 2016, o Elder Neil L. Andersen disse:
"Deus ama as crianças. Ele ama todas as crianças. Jesus disse: 'Deixai os pequeninos, e não os impeçais de vir a mim; porque dos tais é o reino dos céus'.(Mateus 19:14)
As crianças de hoje se veem em muitas estruturas familiares diferentes e complexas.
Por exemplo, comparando com há 50 anos, hoje o dobro de crianças nos Estados Unidos mora com apenas um dos pais.[1] E há muitas famílias que são menos unidas em seu amor a Deus e no desejo de guardar Seus mandamentos.
Nessa crescente comoção espiritual, o evangelho restaurado continuará a trazer o padrão, o ideal, o modelo do Senhor".
Parece que a liderança da Igreja tem percebido que família tradicional está mais enfraquecida no século XXI. A doutrina SUD continuará a mesma. Porém, espero que quando cantarmos que "Uma família temos sim", que lembremos que há muitos que não estão nas mesmas condições.
Hoje é dia das mães! De todas as mães independente de solteiras, casadas, divorciadas ou viúvas. Um feliz dia das mães a todas, e também aos filhos(as) que têm ou não suas mães.
Referências:
[1] "Family Structure", ChildTrends DataBank, dezembro de 2015, apêndice 1, p. 9, childtrends.org/databank.
Desejo saber quem escreveu esse texto. Uma forma de contato? gostaria de relatar uma experiência minha.
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