sábado, 25 de junho de 2016

O Fim da Ordem de Extermínio Mórmon


Os tempos no Missouri não foram fáceis para os pioneiros. Ao chegar em 1831 tinham o sonho de que ali estabeleceriam Sião. A 10ª Regra de Fé diz que a cidade de Sião será construída no continente americano. E os pioneiros acreditavam que seria no condado de Jackson. Mas os problemas locais levaram os membros a migrarem e ficou apenas o sonho. Mas afinal, o que foi a Ordem de Extermínio Mórmon?

Em 27 de outubro de 1838, o governador Lilburn Williams Boggs assinou a Ordem Executiva Nº 44. Ela dizia para o general John B. Clark juntar quatrocentos homens e em relação aos mórmons deu a seguinte declaração:

"Os mórmons devem ser tratados como inimigos e devem ser exterminados ou expulsos do estado, se necessário, para o bem da população. Os ultrajes por eles cometidos vão além do que possa ser descrito".[1]


Lilburn W. Boggs,
 6º governador do Missouri

Não poupando esforços, os comandantes da Milícia buscaram cumprir essa ordem. Nos dias sequentes um cerco se fez em Far West, para se cumprir a ordem. Um grupo de membros tinha acabado de chegar em Haun’s Mill, e pararam para descansar antes de chegar em Far West que era sede da Igreja na época.

Um grupo de missourianos  decidiu atacar os membros de Haun’s Mill para executar a ordem. Em 30 de outubro, aproximadamente 240 homens foram ao ataque. Alguns correram para o bosque e outros tentaram se defender., porém, algumas crianças foram mortas.


 Haun’s Mill, por C. C. A. Christensen.

Após muitos embates e mortes entre mórmons, soldados do governo e população local, em 1839 os membros fugiram para Illinois, onde na cidade de Quincy foram ajudados por bondosos cristãos protestantes. Em partes a ordem foi cumprida e curiosamente ela estava em vigor por mais de 137 anos. Como se deu o fim da Ordem de Extermínio?

Em 25 de junho de 1976, o governador Christopher Samuel Bond mais conhecido como "Kit Bond", rescindiu a Ordem Executiva Nº 44. No documento está escrito:

"Considerando que, em 27 de Outubro de 1838, o Governador do Estado do Missouri, Lilburn W. Boggs, assinou uma ordem chamando para o extermínio ou expulsão dos Mórmons do Estado de Missouri; e

Considerando que, o Governador Boggs 'violou claramente os direitos à vida, à liberdade, à propriedade e à liberdade religiosa, garantidas pela Constituição dos Estados Unidos, bem como a Constituição do Estado de Missouri; e

Considerando que, neste ano do bicentenário [da independência dos EUA] para nós refletirmos sobre a herança de nossa nação, o exercício da liberdade religiosa é, sem dúvida, um dos princípios fundamentais da nossa República Democrática livre;

Agora, portanto, eu, Christopher S. Bond, o governador do Estado de Missouri, em virtude da autoridade investida em mim pela Constituição e as leis do Estado de Missouri, decido da seguinte forma:

Expressando em nome de todos missourianos nosso profundo pesar pela injustiça e sofrimento desnecessário que foi causado pelo fim de 1838, tenho a honra de rescindir a Ordem Executiva Nº 44, de 27 de Outubro de 1838, emitida pelo governador Lilburn W. Boggs.

Em testemunho do que eu assino o presente documento e coloco o grande selo do estado de Missouri, na cidade de Jefferson, neste 25 dias do mês de Junho de 1976.

(Assinado) Christopher S. Bond, Governador".[2]

Christopher S. Bond,
 47º e 49º governador do Missouri.
Republicano, advogado e presbiteriano.

Os documentos estão arquivados no site do Secretário do governo do estado do Missouri.[3]

A lei beneficiou todos os mórmons dissidentes. Por fim foi feita a justiça e reconhecido os erros daquele período.

Referências:

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